"O movimento começou com uma palestra em uma universidade em Toronto, Canadá, em janeiro deste ano. Durante um seminário sobre segurança no campus, um policial disse às alunas que elas evitariam estupros se não se vestissem como vadias (“sluts”). Indignadas com o que consideraram uma expressão oficial da responsabilização da vítima, elas pediram uma retratação. Enquanto o episódio era investigado, ativistas organizaram a primeira Slut Walk – em português, Marcha das Vadias. Cerca de mil mulheres, muitas delas vítimas de estupro, abuso e assédio sexual, se vestiram com roupas que desafiam o código do policial canadense e saíram em passeata para dizer que não, as vítimas de estupro nunca “estão pedindo”. A marcha das Vadias quer dizer exatamente que toda mulher tem direito à sua sexualidade, que essa sexualidade precisa ser respeitada, consideramos absurdo esse padrão duplo de sexualidade, onde uma mulher que faz sexo é vadia, e um homem que faz sexo é um garanhão e um cara normal.
O manifesto já passou por vários países, incluindo, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Grã-Bretanha e Nova Zelândia, e em outras capitais brasileiras como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro onde milhares de mulheres gritaram ao mundo que são donas de seus corpos e não aceitam a opressão social a que somos todas submetidas diariamente, em nossa casa, vizinhança, escola, trabalho ou universidade.
Cansadas de sofrer tantas violações de direitos, e buscando um projeto político emancipatório, em Belém a Marcha das Vadias está sendo construída por um grupo heterogêneo de mulheres dos diversos segmentos da sociedade, mães de família, estudantes universitárias, advogadas, psicólogas, professoras, artistas e ativistas da sociedade civil organizada que lutam pelos direitos da mulher.
A luta pela autonomia dos nossos corpos é uma luta árdua: ela desafia dogmas religiosos, padrões estéticos, desafia, sobretudo a dominação masculina, e por este motivo não estamos simplesmente reivindicando o direito de usar minisaia, mas também queremos a garantia de nosso direitos sexuais e reprodutivos, queremos ter mais acesso ao mercado de trabalho, queremos a legalização do aborto e sobretudo a liberdade de exercermos nossa cidadania com respeito e dignidade. O lema da marcha em Belém é “Mexeu com uma, mexeu com todas”. Por Isabela do Lago.
Serviço:
Dia 28 de agosto de 2011.
Itinerário: Escadinha do Porto/ Estação das Docas via Av. Presidente Vargas até a Praça da República.
Concentração às 9:00 da manhã.
Vamos lá, a causa é nossa!
ResponderExcluiryeap! vamos!!!
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