terça-feira, 26 de julho de 2011

Contra a Violência de Gênero


Gênero: Conceito formulado nos anos 1970 com profunda influência do pensamento feminista. Ele foi criado para distinguir a dimensão biológica da dimensão social, baseando-se no raciocínio de que há machos e fêmeas na espécie humana, no entanto, a maneira de ser homem e de ser mulher é realizada pela cultura. Assim, gênero significa que homens e mulheres são produtos da realidade social e não da anatomia de seus corpos”. (Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/ES em gênero, sexualidade,orientação sexual e relações étnico-raciais.Caderno de atividades. RJ:Cepesc,2009, pág. 32).

A violência de gênero é aquela oriunda do preconceito e da desigualdade entre homens e mulheres. Apoia-se no valor da virilidade masculina e da submissão feminina, e essa violência pode se manifestar por meio de ameaças, agressões físicas, constrangimentos, assédio sexual ou moral e abusos sexuais e estupros.
Em casos como o estupro de uma mulher, o assassinato de uma travesti ou de um gay, é comum surgirem perguntas que colocam em dúvida a honra da vítima, sugerindo que se vestia de forma inadequada ou estava só em um lugar ou horário pouco apropriado, segundo os padrões culturais vigentes. Essas discriminação frequentemente estava presente, inclusive, nos inquéritos policiais, nos processos judiciais e nas matérias de jornal, indicando como a discriminação social por gênero ou por orientação sexual ainda pune, na maioria das vezes, as vítimas de agressões”. (Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/ES em gênero, sexualidade,orientação sexual e relações étnico-raciais.Caderno de atividades. RJ:Cepesc,2009, pág. 35).


Só pra citar um exemplo dessa enraizada discriminação, conto um fato vivido por mim quando trabalhava numa empresa de grande porte e maioria de funcionários homens.
No ano de 2004 fui trabalhar nessa empresa e uma noite, eu e uma amiga ficamos no escritório até umas 23 horas, esperávamos o ônibus para retornar ao nosso alojamento. Esse era o último ônibus das 23 horas que buscava todos os últimos funcionários que ficavam na indústria. Nós éramos as duas únicas mulheres nele. Até aí tudo bem, só percebemos aqueles olhares idiotas que ignoramos, mas ao descer em nosso local de parada, eles começaram com as frases injuriosas como “vem aqui doutora deixa eu te mostrar um homem de verdade”, e assobios e etc. Ficamos tão envergonhadas e com raiva pela falta de respeito, éramos tão trabalhadoras quanto eles. Enfim, sabíamos exatamente quem eram e o setor onde trabalhavam e eram uns 20 homens. No dia seguinte fomos fazer queixa ao chefe de departamento deles. O que o chefe nos disse? Que não devíamos estar naquele horário no ônibus, já que não era o nosso horário de turno (mas estávamos realizando hora extra de trabalho), e que a culpa era nossa por nos expormos num ônibus cheio de homens. Pensem, ficamos revoltadas e aí fomos ao diretor da empresa, este nos acolheu bem e nos disse que não era aquela a política da empresa, então nos autorizou a fazer o que achássemos melhor, inclusive assinar advertências, resolvemos reunir aquele grupo de homens e conversar com eles. Reunimos e foi muito boa a conversa, eles nos ouviram e falaram. Àquele grupo compreendeu que homens e mulheres podem e devem dividir o mesmo espaço de trabalho, mas com respeito e justiça, pois éramos todos colegas de trabalho. Esse foi um final positivo, porém e os outros casos de mulheres que sofrem discriminação em seus locais de trabalho como assédio sexual, piadas injuriosas e etc. A luta por equidade de gênero é uma luta de anos e precisa de reeducação de homens a curto e longo prazo. Por Ediane Jorge.

Nenhum comentário:

Postar um comentário